quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Bem no meio do tempo...


Férias. Em casa. Morgada. Parece uma maneira meio depressiva e deprimente de começar um texto, mas não dizem que escrever é arrancar aquilo que tem dentro da gente e tentar expressar nas linhas? Então... Tenho que ser sincera.
Ultimamente, tenho andado numa maré de dúvidas. Não sei se estou fazendo a coisa certa em todos os ramos da minha vida. Escolhi caminhos meio tortos que estão me fazendo mudar completamente, mas estes eu escolhi sabendo que eram tortos. Outros caminhos escolhi como sendo os mais certos e agora tenho duvidas se realmente acertei.
Não posso gritar aos quatro cantos que sou a pessoa mais decidida do mundo ou que sempre soube o que queria pra minha vida. Estaria mentindo se dissesse isso. Vou tentar explicar por quê.
Meus anos têm sido marcados por aventuras e escolhas esquisitas. Meus dias dentro desses anos e depois deles, consequentemente, têm representado todos os erros e acertos cometidos nessas aventuras.
Morei em várias cidades, mas, ao entrar em cada uma delas, sabia que tudo o que eu vivesse ali seria passageiro. Nunca pensei em permanecer em nenhuma delas. Era como se cada uma fosse uma grande sala de espera onde eu treinaria algumas coisas em mim pra poder passar pra próxima cidade. Então, era isso. Todas elas, na verdade, serviam de complemento umas pras outras, mas sempre foram vistas como preparações pras próximas etapas. Porém, perceba. Nunca me passou pela cabeça estabelecer-me em nenhuma delas.
Fiz amigos que sabia que, brevemente, se tornariam conhecidos. Inimigos que esqueceria facilmente, por isso não lhes dei a importância que fosse proporcional à mágoa. Namorei (muito), mas nunca escondi que eu não poderia entrar nos planos de ninguém como eterna parceira.
Não digo que o tempo passado em cada cidade foi minuciosamente planejado e que cada passo dado foi pensado. Não. Minha mente não seria tão doentia. Vivi sim.
Agradei. Desagradei. Porém, no meio de tudo, dentro de tudo, através de tudo, existia uma pessoa que tinha determinados ideais e uma possível listinha invisível com cada escolha que faria em relação ao que imaginava que fosse o seu futuro. Nunca com essa certeza chata dos que não sabem arriscar, mas com uma segurança maior do que essa que tenho hoje em dia. No entanto, agora me vejo sem rumo e, meio que sem saber o que farei nos próximos dias. Vou protelando até onde dá. O problema é quando chegar o dia em que eu tiver de prestar contas com minha própria vida. (Romântico isso, ne?!?)


Sem saco pra continuar esse texto. Bah!