terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Acredito...

Acho que foi naquele dia em que nao tinhamos nada pra fazer, ou, talvez, naquela tarde voltando pra casa por alguma rua em que conheciamos todas as paredes manchadas. Talvez até tenha sido naquela manhã em quê, ao acordar, não fomos a primeira lembrança um do outro ou na noite em que não fomos nossos últimos pensamentos antes de adormecer. Nos dias em que caímos no esquecimento por algumas tantas horas. Nas datas em que não nos telefonamos simplesmente por não lembrar de nossas existências.
Penso até que pode ter sido naquela tarde de chuva forte, quando não sentimos a necessidade do abraço ou nos pareceu perfeitamente substituível por qualquer lençol quente e confortável.
Quem sabe não foi naquele convite que não aceitamos, sem pensar uma vez e meia. Na palavra que não demos na hora em que mais era esperada. Ou nas tantas outras que foram ditas nas horas em que eram oportunas, mas completamente desnecessárias por estarem tolhidas de uma aspereza qualquer. Parece que temos um tipo de memória especial onde guardamos essas coisas e os seus efeitos.
No toque esperado e não dado, no abraço que poderia curar, mas não chegou. Naquele sorriso que teria que ser visto pra colorir o dia, a semana e depois ser revisto pra exercer o mesmo papel.
Naquele beijo que foi pedido, mas simplesmente indeferido.
Pode ter sido enquanto eu fechei os olhos e nao quis enxergar nenhuma tentativa de reparação.
Talvez (e tudo aqui é baseado nessa palavra), naquelas vezes em que discutir era preciso, mas parecia tão cansativo que foi protelado e acabou sendo esquecido. Nas palavras que não conseguiram ser ditas e nos olhares que não foram fielmente traduzidos. Na impotência tantas vezes declarada. No Adeus muitas vezes ensaiado, porém, não menos penoso por não ter sido consumado.
Foi na tentativa e não no fato. E continua sendo.
Talvez seja na falta de vontade, ou no excesso dela. Na poesia não lida com a merecida emoção. No choro recolhido ou naquelas lágrimas mostradas e ouvidas.
Pode ter sido em tantas coisas que não conseguem ser lembradas ou que foram esquecidas de propósito. Foi em todos esses "talvez', mas parece reconfortante lidar com a incerteza.
Continua sendo tudo isso, daí chegará o dia em que as discussões serão adiadas pra sempre e a nostalgia tomará conta de todos esses prováveis erros e aí, então, as próximas dúvidas virão e teremos só uma certeza: a de que somos incertos demais um pra o outro e que não existe isso de perder o encanto momentaneamente. Uma vez perdido, será pra sempre e o que resta são apenas retalhos.

7 comentários:

  1. SRt. Manú...
    Vou lhe dizer algo. Se esse texto for seu,é simplesmente gênial.
    Quantas vezes perdemos o encanto pelas coisas pelo simples fato de não tiverem ocorrido uma sucessão de fatos.Fatos esses que contribuem para a duração de um relacionamento.Seja um namoro,casamento ou amizade.
    Uma ligação que não se faz por vergonha,um abraço que não se dá etc.
    Adorei o seu texto.
    Eu vou te seguir viu.
    Se puder dá uma passadinha por lá,fique a vontade.
    Um abraço

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  2. Lenivaldo... sim, o texto é meu e acabou de ser escrito. :)
    Obrigada pelo elogio. :)

    vou dar uma passaada no seu tbm. :)

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  3. parabens plo texto! escreve bem =D

    _________

    Dê sua sugestão de nome para o time de futsal
    http://seriadobretania.wordpress.com/

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  4. OMFG O:
    amei o texto, meu deus, foi vc que fez?
    resume tudo pelo que eu to passando no momento, nossa,era como se ele tivesse feito pra mim..
    Nossa, se foi vc que escreveu, pqp, vc escreve muito bem ;x Amei, ameei.. Nossa.
    vou até seguir o blog *-*

    xoxo'

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  5. nossa, é você que escreveu,
    realmente... genial

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  6. muito bom o texto!!
    e no fim de tudo só fica a nostalgia daquilo q um dia aconteceu!!
    abraço!

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